segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Reportagem do Diário do Nordeste em Fevereiro de 1999 , já denúnciava a presença de clandestinos no setor do Transporte Escolar.

Fortaleza, Ceará - Quinta-feira 11 de fevereiro de 1999 Donos de transporte escolar criticam os “piratas” Transportadores alegam que a livre concorrência está tirando a rentabilidade do setor Pelo fato de que o transporte escolar já está sendo feito com um desconto de até 50% com relação à tabela estabelecida pela categoria, os transportadores afirmam que a livre concorrência tira a rentabilidade do setor. A culpa recai sobre os “piratas”, que estariam saturando o mercado. Apesar de negar que tenha havido um cartel para padronizar preços no transporte escolar, Maria Carmoniza Laurentino de Medeiros, proprietária da empresa Tia Carmoniza Transporte Escolar, afirma que a padronização é uma orientação do Sindicato, que tem por objetivo oferecer rentabilidade ao serviço de custo caro. As taxas cobradas são no valor de R$ 80,00 a R$ 85,00, embora Maria Carmoniza afirme que muitos transportadores, especialmente aqueles em situação regular, fazem pechinchas, dependendo do percurso ou da rota onde incluirá o aluno. Contudo, Carmoniza diz que é insuportável ter que concorrer com transportadores em situação irregular, que chegam a cobrar até a metade desse preço ou até sacrificando carros e motoristas para grandes percursos, em prejuízo da totalidade de estudantes transportados. Já o transportador Tarcísio José Liberato Júnior, da Tio Júnior Transporte Escolar, o problema do preço é que está havendo muita oferta de transporte para uma demanda que vem-se reduzindo. Ele observa que a taxa estabelecida pelo Sindicato é um referencial importante para a categoria e não revela valores altos, principalmente considerado que está mantida desde 1994. De lá para cá, lembra que os reajustes no preço do combustível colocaram o serviço no seu limite máximo de viabilidade. “Estamos perdendo clientes devido ao preço, que está sendo oferecido com valores mais em conta pelos “piratas”. Os pais não levam em conta o risco que é esse transporte, que não contam com tacógrafos, motoristas treinados e rotas racionais, que não desgastam carro, motorista e, principalmente, os alunos. Segundo Tarcísio, o ideal é que o transporte de um aluno de sua casa para a escola tenha a duração máxima de 20 minutos, o que não ocorre por alguns transportadores ávidos por uma ampla clientela, levando até uma hora com a criança viajando no veículo escolar. Com isso, afirma suspeitar de um comprometimento do aprendizado, em vista da fadiga e do stress. Com 16 anos no mercado, Fátima Costa, proprietária da Transway, também reconhece a saturação no mercado em função dos “piratas”. Ela observa que essa situação vem-se agravando com o desemprego, levando pessoas a converterem seus veículos em meios de subsistência. “Se não houver um profissionalismo, o mercado não contará com a rentabilidade porque o custo é caro. O transportador irregular está contaminando esse segmento e deixa de ser atraente para todos”, salientou Fátima Costa. Fátima afirma que não reconhece a existência de um cartel, porque entende que a melhor alternativa é a livre negociação do transportador com a clientela. No entanto, defende um rigor na fiscalização, uma vez os prejuízos que se vêm acumulando com a concorrência irregular. © COPYRIGHT 1998 Diário do Nordeste.

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